“Definitely Maybe” – um clip

25 anos são, efectivamente, muitos anos. Parece que foi ontem, sinceramente. Ainda soa tão próximo, tão presente. Será do impacto, será da eterna relevância e, mais que isso, importância que o mesmo teve naquilo que eu, como ouvinte de Música, me tornei. Não, de modo algum foram o catalisador para a paixão em que se tornaria a Música, mas terão sido, talvez, a primeira banda pela qual tive uma real paixão. Sim, aqui falamos de Paixão, não um mero apreciar a música de um artista. Por essa altura já rolava Guns n’ Roses no Walkman, os famigerados Queen,. The Beatles, Led Zeppelin e até mesmo os Xutos & Pontapés, eram regulares convidados do meu cantinho musical, para onde já então fugia e me deixava levar por melodias, atmosferas e líricas, que me diziam tanto me davam imenso e me tornavam um puto feliz…
1995 foi o ano em que descobri a banda, tinha eu 13 anos. Um videoclip na velhinha – e boa – MTV – e estava lançado. Um jovem, sentado naquilo que durante anos pensei ser um aro de basquetebol, no alto de uma parede. Um outro jovem a ser enterrado, vivo. Anos mais tarde descobri que não era um aro, mas sim uma cadeira, e que aquele enterro era uma metáfora para o consequente despedimento do Sr. Carroll. Já os apanhei na fast lane, por assim dizer. A cavalgar o êxito, a Rock n’ Roll Life Style! Os penteados, as camisas, as ADIDAS tão características do típico adepto, britânico, de futebol. Todo um figurino que, na altura, bateu e me agarrou; era Música e era algo mais que se tornaria em algo ainda maior com o passar dos anos. Tornar-se-iam a banda sonora de longos e longos anos de crescimento.
É o segundo álbum de estreia a vender mais rápido na história de Inglaterra, porém é constantemente considerado como o melhor álbum de estreia dos anos 90… diz um pouco do que temos perante nós, não? Não se tornariam na banda que todos amavam odiar, por nada. Jovens irrequietos e sempre prontos para a zaragata. Vindo de uma working class reality, a capacidade de não se aproximarem de problemas ou confusões, era próxima de zero. Se isso fazia com que o seu nome crescesse e chegasse a mais e mais pessoas? Sem dúvida alguma, claro. Toda uma estratégia de marca ou algo muito intrínseco? Eu diria a segunda, visto que as confusões não cessaram, o que de certo modo levou à ruptura… we will always have Paris.
Um som, ainda que com aquele grão sonoro saído da garagem dos amigos, imensamente representativo daquele conjunto de músicas, daquela época, da mensagem que queriam passar! O Rock Britânico no seu melhor, a Brit Pop a explodir! Mas não era de espantar aquela qualidade musical: Joy Division, The Smiths, The Stone Roses, New Order… Take That – yeah, true – tudo colossos da cena Pop/Rock Britânica, que deixariam legados que, arrisco dizer, viverão com o Homem enquanto este globo por cá andar. Hinos que, estranhamente, diziam bastante a um puto imensamente introvertido, “caixa de óculos” e aparelho, jogador de basquetebol e SNES, com uma adoração tremenda, já, pelo Heavy Metal, que se via apaixonado por uma banda que nada tinha em comum com o género que ele começava a tomar como seu. Entre uns Tiamat, uns Beatles, uns Xutos & Pontapés, ou o raio, lá ia rodando as cassetes, originais, uma comprada em Moscavide e a outra, adquirida na antiquíssima Virgin Megastore do Rossio! Engraçado, como em 2019 cada uma daquelas 11 faixas continua a soar, no meu íntimo, como da primeira vez que as ouvi. Para muitos não será um clássico - com 25 anos já pode assim ser considerado? – mas para muitos outros, já o é.
Álbum de estreia de uma das bandas que, segundo a opinião de muitos dos entendidos que populam este Mundo, mudaria o modo como o jogo é jogado, criando um legado que aguentará a passagem do tempo.
Foram grandes, são grandes… permanecerão grandes, ainda que o seu estado seja deveras incerto, ou demasiado certo para que, aqueles que os seguimos e idolatramos, aceitemos a real e dura realidade.

“Maybe I just wanna fly
Wanna live, I don't wanna die
Maybe I just wanna breathe
Maybe I just don't believe
Maybe you're the same as me
We see things they'll never see
You and I are gonna live forever”




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