Unholy Coven Productions – Um Agreste e
Sangrento regresso ao Passado
Qual
o passo a dar quando tens um grupo de amigos, entusiastas de Heavy/Speed/Thrash
Metal dos anos 80, que para lá de tal, têm bandas? Simples. Crias uma editora e
editas essas bandas e mais algumas.
A
Unholy Coven Productions é uma label
relativamente recente, originária da Holanda. Pelo muito pouco que consegui
ver, arrisco dizer que a ideia foi posta em prática no corrente ano de 2019. E
ainda bem que o fizeram!
Todas
estas correntes Retro/Revivalistas de glórias do Passado, começam a ser
demasiadas, na minha modesta opinião. Tivemos uma vaga de revivalismo do Thrash
há pouco mais de 10 anos e muito do que saiu da mesma… era fraco como tudo –
mas no fundo, Thrash Metal é Sodom e o resto é Música de Baile…
Até
ao momento a Editora/Produtora tem as seguintes bandas em rooster:
- Eternal Evil (Speed/Thrash com pozinhos
de Bathory, Slayer e Possessed…
acrescento Sodom e Poison, quiçá);
- Saver (Thrash Metal dos primóridos da
coisa. Há ali Metallica a rodos, mas aqueles Metallica bons, atenção!);
- One-man Speed/Thrash
band Speed Messiah (dá para perceber
onde a mesma se insere, certo?);
- Praefator. Admito que ainda não tomei
contacto com esta última, mas referem Mercyful
Fate e Witchfinder General como
influências… SOLD!
Eternal Evil – “Rise Of Death” (2019 DEMO). 1 intro, 4 músicas, 14:24 minutos. O
trio sueco, de Estocolmo, para ser mais preciso, com idades entre os 15 e os 17
– isso mesmo, isso mesmo – demonstra que absorveu bastante bem as linhas dispostas
pelos pilares do género! Toda a estética da banda é retirada da época dourada
do Speed/Thrash – fight me for that, will you? – e a nível sonoro não são, de
modo algum, um clone passível de ser tomado como uma vergonha descarada. São
bons, e a produção crua e agreste ajudam a que o resultado final seja deveras
interessante. São rápidos, vão direitos à jugular! As vocalizações satisfazem,
plenamente, aqui o rapaz! Há melodia reminiscente de Sodom e do Thrash alemão. É curta o bastante para funcionar como
uma injeção de adrenalina brutal! Bom ver que não é só Portugal que tem miúdos
tão novos interessados em manter as velhas – e originais? – sonoridades, vivas.
Saver – “Demo 19” – É Thrash Metal como se não houvesse
amanhã! Ao contrário dos anteriormente tratados, estes Saver enveredam por uma
linha muito mais “limpa” de Thrash Metal. Há aqui uma quase adoração ao Metallica época boa (aka “Kill ‘em All”
ou “Ride The Lightning”) como a bandas mais na linha da NWoBHM. Resumindo: é
bom! Mais um trio, desta vez da Alemanha – está explicada esta afinidade com o
Thrash. De novo, bastante colados aos clichés da época dos 80, o que já deveis
ter percebido que não vejo como algo negativo. De modo algum! De certo modo
acaba por ser um prestar tributo sem cair no err ode criar uma banda de
tributo! Again: kill me for that! Há apontamentos deliciosos de guitarra.
Pequenos solos que dão uma dinâmica quase Heavy Metal às músicas, dando-lhes um
embalo, por assim dizer, bastante melodioso e nada saturante. As vocalizações
poderiam ser um tanto ou quanto mais fortes, mais marcantes, mas não são más.
Creio que mais uma guitarra só lhes aportaria mais consistência e preencheria o
som muito mais. Ao contrário dos Eternal
Evil, a falta da guitarra não se nota, em muito porque o som não é tão
limpo como o destes Saver, nem nada
que se pareça! Como conclusão: gostei! Gosto de algum Thrash – Sodom guidelines
- e estas duas bandas soaram muito bem!
Speed Messiah – “Speed Metal Terror” (final do ano de 2019) é, até ao
momento, a única malha disponibilizada pelo artista por trás do projecto -
Alleph Da Costa. Guitarra, bateria e voz, tudo parte deste senhor, da Carolina
do Norte, EUA. A produção está demasiado aguda, não me permitindo ter uma
completa e perfeita noção do que a música nos apresenta. É Speed, é Thrash… mas gostava de ser capaz de a
dissecar totalmente. De qualquer modo aguardo por novidades, já que esta
Editora/Produtora passaram, a partir de hoje, a estar no meu radar!
Praefator – “This band is one of the reasons for the inception of
Unholy Coven Productions” (Unholy Coven Productions). As minhas suspeitas confirmam-se! Havia
necessidade de espalhar o som, de dar a conhecer o que estes jovens estavam a
congeminar nas suas garagens e sotãos. E ainda bem que ainda há pessoal com
esta dinâmica! Hail to them! Mercyful
Fate e Witchfinder General, com
a adição dos OZ… mas que raio! Se os
astros alinharem correctamente, sairá bomba! Pouco mais sei acerca destes
jovens. Tenho curiosidade, sem dúvida. Quero ouvir o som por eles criado, ai se
quero! Tenho Mercyful Fate como
pedra basilar do BOM Heavy Metal, e os Witchfinder
General como essenciais do Doom/NWoBHM, portanto pessoal – especialmente
tão jovem – que decide pegar nestes dois e criar Música, merece toda a nossa
atenção! O vocalista criou, como mais dois amigos, os Wytch
– ide checkar, sff – que também soam muito bem, muito bem! Eu gosto destas
sonoridades, especialmente quando o pessoal que cria percebe que não necessita
de artifícios sonoros, ou o raio, como forma de passar a boa mensagem!
Alvíssaras a eles!
Como
conclusão: dá vontade de sacar o colete do armário, calçar as high top da Nike
e sair para beber cerveja até o Sol raiar, sempre com Sodom na boombox! Let the
80s be!
Comentários
Enviar um comentário