O Basquetebol surgiu quando o MJ calçou as suas primeiras sapatilhas


Esta plataforma foi, logo de início, orientada para o tema Música. Nunca antes outro tema teve o direito a estar aqui. Mas a Música não é o único pilar, em que a metafórica casa que eu sou, assenta. O Basquetebol surgiu relativamente cedo na minha vida, tería 9/10 anos. Recordo que comecei a jogar no bairro, com o pessoal, só pelo divertimento. O jogo “rei” era o Futebol, como em qualquer bairro, em qualquer cidade e em qualquer parte deste país – infelizmente – e por essas “águas” navegávamos. Não recordo com precisão, obviamente, a 1.ª vez que lancei uma bola ao cesto. Recordo sim, jogar no Cíclo com um amigo, cujo irmão era treinador de uma equipa que encontraria poucos anos mais tardes – Vale de Milhaços – e dar-me umas dicas; recordo o 1.º lançamento na passada e sentir que tinha levado a cabo o move mais mindblowing que a História alguma vez tinha tido oportunidade de ver! Children being children, direis! Concordo. E assim teve início esta viagem que já passou a margem dos 20 anos e caminha a passos largos para a dos 30 – old I be!

Do 1.º Campo de Natal no Multiusos do Feijó – onde o SLB e a PT jogaram – aos “enxertos de porrada” contra a Anselmo de Andrade e o Barreirense, algo cresceu e ganhou força. Treinos tri-semanais + Sábado + jogo… ufff! Era difícil, mas era bom. Era aquele bom que nos enche o coração e nos põe um sorriso nos lábios. Desde essa altura percebi que, para mim, exercício físico é na quadra, com o pessoal, a lançar umas bolas. Talvez por isso tenha alguma “aversão” a ginásios e o raio ahahah isto tudo foi na década dos 90, a “Era d’Ouro” da NBA – dirão aqueles nascidos nos 80 LOL – em que aqueles que, ainda hoje vejo como os grandes da mesma, se gladiavam para gáudio do Mundo. RTP2, Sábados (creio), “NBA Action”. Os resumos da semana, as 10 melhores jogadas da semana, os anúncios que ainda hoje soam na minha cabeça, as piadas e o que quer que fosse! Era a NBA! Era, para nós, a melhor Liga de Basquetebol do Mundo.

Pouco depois conheci a Liga ACB – a liga portuguesa já era acompanhada - e percebi que o jogo poderia ter outras nuances, que nos USA o jogo era jogado de um modo muito mais… Norte-americano, se me faço entender. Era o show constante, era as jogadas não realizadas na Europa… era outro nível. E no meio desse nível havia um jogador, de uma equipa que vinha de uma cidade ventosa para camandro! Jogava de língua de fora e “voava”. Isto, senhores e senhoras, era outro nível, era outra realidade. Não vivi os anos 80 da NBA, não vi o Magic ou o Bird, cada um piadno seu auge, cresci com o Jordan. Não era difícil, tendo em conta o jogador que foi, que qualquer um de nós se apaixonasse pela modalidade. Não era ver um simples jogador de basquetebol, era ver o melhor que a modalidade já viu, com todo o respeito por todos os “monstros” que vieram antes, claro. Ao longo dos anos algo mais que somente uma admiração pelo jogador, surgiu. Em jeito de piada costumo dizer que Deus é negro. Eu, ateu há uma imensidão de anos, não tenho qualquer afinidade com religião ou espiritualidade, mas sempre olhei para o MJ com uma admiração… suponho que muito similar ao modo como o Iverson olhava para ele. Ainda outro dia um dos meus putos me perguntava porque razão tinha esta adoração pelo MJ. Acaba por ser tão complicado de explicar, ao miúdo, como é explicar a um graúdo. Não passa por stats ou troféus, mas por algo que realmente não tenho facilidade em colocar em palavras. Acaba por ser somente adoração. Somente, como quem diz.

Com o “The Last Dance”, muitas vozes se voltaram a levantar em busca do verdadeiro GOAT. Uns, os mais novos essencialmente, apontam o dedo a Lebron; outros, na casa dos 20, referem o Kobe; os mais velhos, indicam o MJ. Outros há, mais velhos ainda, que falam de Kareem, Magic, Dr. J, Wilt Chamberlain, Bill Russel, etc. Isto há para todos os gostos e nunca chegaremos a um consenso, essencialmente porque estes jogadores nos dão, para lá de stats, emoções. Eu, com 37 anos, ainda solto umas lágrimas no início do “Space Jam”, tal como quando a entrada dos Bulls surgiu outro dia no documentário. São momentos que nos marcam, que nos moldam, de certo modo, e que guardamos como fulcrais no nosso crescimento. Não é fácil pôr em palavras. E assim, é com imensa alegria que vejo este novo documento acerca do melhor jogador de basquetebol de todos os tempos, que só queria vencer e vencer e vencer! Era bruto? Quando era necessáro. Era áspero? Sempre que a situação exigia.

A questão “quem é o GOAT” estará presente para sempre e dificilmente chegaremos a uma resposta unânime. Haverão sempre aqueles que usarão as stats para coroar o seu favorito, outros dirão os anéis, uns, como eu, dirão que há aquela coisinha especial, para a qual não tens palavras, mas sabes que está ali! De qualquer modo, quer seja o MJ, o KB, o LB, o WC ou o raio, esta modalidade já me deu mais que muita coisa, e apesar de aderir sempre a estas “conversas de surdos”, no fim do dia o bom é saber que teremos jogo para muitos e muitos anos!

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