Bem-vind@s! Depois de ter postado a entrevista que tive a oportunidade de fazer ao mentor de Conjuro (Espanha... não Portugal), segue-se a 2.ª entrevista do 1.º número da Fanzine: Forbidden Tomb. Abaixo, poucas mas acutilantes palavras de L.F. Enjoy.

Forbidden Tomb é o projecto de um só músico, o multi-instrumentista L.F. (mente por trás de Lux Noctis). Data de criação, aparentemente desconhecida. Pouco mais se sabe para lá do país de origem: Indonésia. Não deixa de ser engraçado constatar – como se realmente precisássemos – que boa Música existe em qualquer recanto mais decrépito e devastado deste Mundo. Não deixa de me surpreender quão transversal o Black Metal realmente é. 5 músicos, 5 questões. Forbidden Tomb.

Que papel desempenha o Black Metal na tua vivência diária? Como encaixa na tua perspectiva de ver o Mundo e a Vida em geral?

O Black Metal, no meu dia a dia, é só para mim. Não por moda ou estilo. É apenas para Arte e Música, sagrado. O Black Metal é o meu lado negro e acho que todos nós temos um lado negro de si que pode assumir várias formas, mediante a pessoa. Para mim é Black Metal e é deste modo que revelo as minhas, mas não gosto de ser reconhecido como a pessoa por trás desse projecto. Mantenho o meu Black Metal encoberto pela verdadeira escuridão.

As premissas pelas quais se "guiavam" aqueles que deram origem ao género – 1.ª ou 2.ª vaga, como preferires – ainda persistem hoje, naqueles que criam?

Sim, para mim a 1.ª e 2.ª vaga persistem até hoje para todos que gostam do verdadeiro Black Metal, e é inegável o quão influentes estes trabalhos ainda são para o Black Metal actual. Pessoalmente, prefiro a 2ª vaga. Podemos dizer que o Black Metal dos anos 90 foi aquele que mais me influenciou para criar este projecto. Adoro os riffs gélidos ("De Mysteriis Dom Sathanas" e alguns trabalhos de Judas Iscariot) e o “necrosound” cru da 2ª vaga de Black Metal. Mas, não resisto à nova onda de Black Metal para me influenciar. Digamos que Lampir, Sanguine Relic ou Lamp of Murmuur, que introduzem sintetizador na sua música, dando-lhe um som cru; os riffs de Nocturnal Departure. Amo as ideias (riffs e sons), e algumas delas foram realmente inspiradoras. Saudações para eles!


Que peso tem a vertente mística do Black Metal no momento de criação? Há essa conexão com a linha espiritual?

Há, para mim, uma ligação com o lado espiritual. Quando trabalho as músicas estabeleço uma ligação com o meu "lado negro”, posso fazer um riff direccionado para a música, mas também para a temática. Não posso forçar o meu "lado escuro" a revelar-se, ele mostra-se quando assim deseja. E, claro, a atmosfera também funciona como uma influência.

Como vês o panorama Black Metal actual? És da opinião que o género não é, hoje, mais do que um género musical sem essência alguma ou, pelo contrário, vê-lo como uma realidade fiel a princípios?

A minha opinião vale o que vale, mas para mim o Black Metal hoje em dia é como uma “marca”. Talvez para eles o Black Metal seja para uma moda ou para “diversão”. Digamos que o Black Metal aparece em t-shirts ou produtos, f@d@-se, sem essência e sem noção do que é Black Metal. Muitos agem como popstars! FUCK THEM! Vamos deixar o Black Metal como algo “não para todos” e não por diversão! A.M.S.G


Que te motiva, hoje, a fazer Black Metal?

Ódio, Escuridão e Vazio. Salvé!

Forbidden Tomb Bandcamp


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