Ereshkigal / Xerión – Split 2021

Como tudo um pouco na vida, há sempre algo que nos passa abaixo do radar, evitando ser detectado, consciente ou inconscientemente, óbvio. No que ao Black Metal se refere, a quantidade de bandas que surge todos os dias, acaba por ofuscar este ou aquele; especialmente num tempo em que o foco é um, e um só. Podemos, assim, referir que existem bandas de 2.º plano? Não, que isso soa demasiado mal; podemos, sim, dizer que existem bandas que, por um motivo ou outro, nunca conseguiram atingir um nível de visibilidade que lhes permitisse dar o salto para um mais elevado patamar de popularidade. 

E é pena. É efectivamente muito triste que sejamos, numa base quase diária, bombardeados com uma estética tão monocromática, tão linear (ler, molduras), um som demasiado similar ao do vizinho do lado, uma máquina de divulgação imensamente igual… que nos passa ao lado? Bandas que têm vindo, há mais de 20 anos, a batalharem por uma sonoridade que tomam como sua, uma causa, de certa forma, e que o público ignora em detrimento do projecto mais badalado do momento. Black Metal, a quanto obrigas… 

Isto tudo como forma de Introduzir o futuro Split entre duas bandas que, como descrito acima, são injustamente ignoradas. Ereshkigal e Xerión. Nome grande do Black Metal Sul-americano, e entidade possante da cena Black Metal da vizinha Galiza. Tanto um nome como o outro têm demonstrado, ao longo destes largos anos (Ereshkigal formou-se em 1993, e Xerión em 2001), qualidade merecedora de mais visibilidade, mas quero crer que tanto uns como os outros não criam com o intuito dessa (falsa) visibilidade.

Mas aquilo que aqui nos trouxe: a música, a arte. Dia 31 do presente mês trará à luz esta colaboração, e que bela é esta. Somos recebidos pelos mexicanos, com a sua sonoridade tão carregada de melodia e agressividade q.b. Anos 90? Sim, sem dúvida. Mas não só. Não se assustem, que não uma grama de Black Metal moderno, por assim dizer. A primeira música – de referir que desconheço o nome de qualquer uma das músicas – é um tratado de bom Black Metal melódico! Riffs imensos, uma bateria que coordena e comanda, sem vez alguma esquecer batidas monstruosas (Marganor Bestial Invocator, o único membro original da banda… uma âncora). Ainda nesta música, de referir uma deliciosa quebra que ocorre sensivelmente a meia da mesma: aparentemente tão simples, mas a dimensão que aporta à música é tremenda. De Ereshkigal temos direito a 3 músicas, a 3 petardos de Black Metal clássico e melódicos o bastante para que o equilíbrio seja o desejado (por mim, pelo menos).

Passemos da Cidade do México e do reboliço de uma das maiores metrópoles do Mundo, para a pacífica Ourense. Passemos de um Black Metal mais ríspido, para um Black Metal mais próximo das raízes ancestrais de um povo, um aroma de Folk paira na música concebida pelo colectivo galego. Tal como os mexicanos, também os Xerión sofrem deste "mal", do facto do público, essencialmente as faixas etárias mais novas, ser tendencialmente mais susceptível de se interessar por algo mais recente – tanto em sonoridade, como em data de criação – ignorando estas brilhantes pérolas. Xerión é daqueles colectivos que sempre considerei brilhantes. Seja pela real qualidade da música que criam, seja por sentir que são um pouco meus, como bom arraçado de transmontano que sou! A sonoridade destes galegos é similar, em certa medida, com vários colectivos que se inspiram na ancestralidade da terra de origem. É aquele Folk com coração e conteúdo, reminiscente de melodias medievais e arcaicas. Considero que a Intro é, até certo ponto, um bom exemplo não do som que a banda faz, mas da nascente de onde esta bebe e cria. A constante imagem do bosque galego, tão cliché no Black Metal, mas que aqui ganha dimensões quase esotéricas, tal é a conexão deste colectivo com a Natureza galega. Daí em diante é-nos ofertada a criação de Xerión na sua plenitude. 

Uma excelente colaboração entres estes dois colectivos, tão honestos na arte que criam, e tão injustamente ignorados. 

Ereshkigal Official Bandcamp

Xerión Official Bandcamp


MAT Records Official Bandcamp

Nigra Mors Official Soundcloud


Ereshkigal / Xerión – Split 2021 

Like everything else in life, there is always something that passes us under the radar, avoiding being detected, consciously or unconsciously, obvious. As far as Black Metal is concerned, the amount of bands that appear every day ends up overshadowing this one or that one, especially at a time when the focus is one and one. Therefore, can we say that there are second stage bands? No, that sounds too bad; we can, yes, say that there are bands that, for one reason or another, have never managed to reach a level of visibility that would allow them to take the leap to a higher level of popularity.

And, it is a pity. It is indeed very sad that we are, on an almost daily basis, bombarded with an aesthetic so monochromatic, so linear (frames), a sound too similar to that of the next-door neighbor, an immensely equal advertising machine… that passes alongside us, and continues? Bands that have been battling for more than 20 years for a sound they take as their own, a cause, in a way, and that the public ignores at the expense of the hottest project of the moment. Black Metal, how much do you oblige... 

This is all as a way to Introduce the future split between two bands that, as described above, are unfairly ignored. Ereshkigal and Xerion. Big name in South American Black Metal, and powerful entity in the Black Metal scene in neighboring Galicia. Both one name and the other have shown, over these long years (Ereshkigal formed in 1993, and Xerión in 2001), a quality that deserves more visibility, but I want to believe that neither one nor the other does not create with the intention of that (false) visibility.

Nonetheless, what brought us here: music, art. The 31st of this month will bring this collaboration to light, and how beautiful it is. We are welcomed by the Mexicans, with their sound so full of melody and aggressiveness, so 90's? Yes, no doubt. But not only. Do not be scared, not an ounce of modern Black Metal, so to speak. The first song – and allow me to mention that I do not know the name of any of the songs – is a dissertation on good melodic Black Metal! Huge riffs, a drummer that coordinates and commands, never forgetting monstrous beats (Marganor Bestial Invocator, the only original member of the band… an anchor). Also in this song, it is worth mentioning a delicious break that occurs roughly halfway through it: apparently, so simple, but the dimension it brings to the music is tremendous. From Ereshkigal we are entitled to 3 songs, 3 classic Black Metal pieces, and enough melody to balance the end product (for me, at least).

And we move from Mexico City, and the bustle of one of the biggest metropolises in the World, to peaceful Ourense. Let us go from a harsher Black Metal, to a Black Metal closer to the ancestral roots of a people, an aroma of Folk hovers in the music conceived by the Galician collective. Like the Mexicans, Xerión also suffer from this "evil", from the fact that the public, essentially the younger age groups, tend to be more likely interested in something more recent - both in sound and in the date of creation - ignoring these shiny pearls. Xerión is one of those collectives that I have always considered brilliant. Whether because of the real quality of the music they create, or because I feel they are a little mine, given my Northern roots in the region of Bragança! The sound of these Galicians is similar, to some extent, with various groups that are inspired by the ancestry of their homeland. It is that Folk with heart and content, reminiscent of medieval and archaic melodies. I think the Intro is, to some extent, a good example not of the sound the band makes, but of the source from which it drinks and creates. The constant image of the Galician forest, such a cliché in Black Metal, but that here acquires almost esoteric dimensions, such is the connection of this collective with Galician Nature. From then onwards we are offered the creation of Xerión in its fullness. 

An excellent collaboration between these two collectives, so honest in the art they create, and so unfairly ignored.


Ereshkigal / Xerión – Split 2021 

Como todo na vida, sempre hai algo que nos pasa por baixo do radar, evitando ser detectado, consciente ou inconscientemente, obvio. No que atinxe ao Black Metal, a cantidade de bandas que aparecen cada día acaba por ensombrecer a esta ou a outra; sobre todo nun momento no que o foco é un e un. Entón, podemos dicir que hai bandas de 2º plano? Non, iso soa moi mal; podemos, iso si, dicir que hai bandas que, por unhas ou outras razóns, nunca conseguiron acadar un nivel de visibilidade que lles permitise dar o salto a unha maior popularidade.

E é unha mágoa. En efecto, é moi triste que nos bombardeen, case a diario, unha estética tan monocromática, tan lineal (lecturas, marcos), un son demasiado parecido ao do veciño do lado, unha máquina de publicidade inmensamente igual... que pasa. por? Bandas que levan máis de 20 anos loitando por un son que toman como propio, unha causa, en certo modo, e que o público ignora a costa do proxecto máis candente do momento. Black Metal, canto obrigas...

Todo isto é unha forma de Introducir a futura división entre dúas bandas que, como se describiu anteriormente, son ignoradas inxustamente. Ereshkigal e Xerion. Gran nome do Black Metal suramericano, e poderosa entidade na escena Black Metal na veciña Galicia. Tanto un nome como o outro demostraron, ao longo destes longos anos (Ereshkigal comezou en 1993, e Xerión en 2020), unha calidade que merece máis visibilidade, pero quero crer que nin uns nin outros non crean coa intención de esa (falsa) visibilidade.

Pero o que nos trouxo aquí: a música, a arte. O día 31 deste mes sairá á luz esta colaboración, e que bonita é. Recíbenos os mexicanos, co seu son tan cheo de melodía e agresividade q.b. anos 90? Si Sen dúbida. Pero non só. Non teñas medo, que nin unha onza de Black Metal moderno, por así dicilo. A primeira canción –por mencionar que non sei o nome de ningunha das cancións– é un tratado de Black Metal melódico bo! Riffs enormes, unha batería que coordina e manda, sen esquecer nunca ritmos monstruosos (Marganor Bestial Invocator, o único membro orixinal da banda... unha áncora). Tamén nesta canción cómpre mencionar un delicioso descanso que se produce máis ou menos a metade: aparentemente tan sinxelo, pero a dimensión que lle aporta á música é tremenda. De Ereshkigal temos dereito a 3 cancións, 3 clásicos fogos de Black Metal e bastante melódico para que o equilibrio sexa desexado (por min, polo menos). 

Imos da Cidade de México e o bullicio dunha das metrópoles máis grandes do mundo, ata Ourense tranquilo. Pasemos dun Black Metal máis duro, a un Black Metal máis próximo ás raíces ancestrais dun pobo, un aroma de Folk flota na música que concibe o colectivo galego. Ao igual que os mexicanos, o Xerión tamén padece este "mal", polo feito de que o público, fundamentalmente os grupos de idade máis novos, adoita estar máis interesado por algo máis recente -tanto no son como na data de creación-. ignorando estas perlas brillantes. Xerión é un deses colectivos que sempre considerei brillantes. Xa sexa pola calidade real da música que crean, ou porque sinto que son un pouco meus, que ben estou en Trás-os-Montes! O son destes galegos é semellante, en certa medida, con diversos grupos que se inspiran na ascendencia da súa terra. É ese Folk con corazón e contido, que lembra as melodías medievais e arcaicas. Creo que a Intro é, ata certo punto, un bo exemplo non do son que fai a banda, senón da fonte da que bebe e crea. A imaxe constante do bosque galego, tal cliché no Black Metal, pero que aquí adquire dimensións case esotéricas, tal é a conexión deste colectivo coa Natureza Galega. A partir dese momento ofrécenos a creación de Xerión na súa plenitude.

Unha excelente colaboración entre estes dous colectivos, tan honestos na arte que crean, e tan inxustamente ignorados.


Ereshkigal / Xerión - Split 2021

Como todo lo demás en la vida, siempre hay algo que nos pasa por debajo del radar, evitando ser detectado, consciente o inconscientemente, obvio. En cuanto al Black Metal, la cantidad de bandas que aparecen todos los días termina eclipsando a ésta o aquella; especialmente en un momento en que el enfoque es uno y uno. Entonces, ¿podemos decir que hay bandas de segundo plano? No, eso suena muy mal; Podemos, eso sí, decir que hay bandas que, por una razón u otra, nunca han logrado alcanzar un nivel de visibilidad que les permitiera dar el salto a un nivel superior de popularidad.

Y es una pena. De hecho es muy triste que estemos, casi a diario, bombardeados con una estética tan monocromática, tan lineal (encuadres), un sonido demasiado parecido al del vecino de al lado, una máquina publicitaria inmensamente igual… que pasa ¿por? Bandas que llevan más de 20 años luchando por un sonido que toman como propio, una causa, en cierto modo, y que el público ignora a costa del proyecto más candente del momento. Black Metal, ¿a cuánto obligas? 

Todo esto es como una forma de introducir el Split entre dos bandas que, como se describió anteriormente, son ignoradas injustamente. Ereshkigal y Xerión. Gran nombre en el Black Metal sudamericano, y entidad poderosa en la escena del Black Metal en la vecina Galicia. Tanto un nombre como el otro han demostrado, a lo largo de estos largos años (Ereshkigal empezó en 1993, y Xerión en 2001), una cualidad que merece más visibilidad, pero quiero creer que ni uno ni otro no crea con la intención de esa (falsa) visibilidad. 

Pero lo que nos trajo aquí: la música, el arte. El 31 de este mes sacará a la luz esta colaboración, y lo bonita que es. Nos reciben los mexicanos, con su sonido tan lleno de melodía y agresividad ¿Años 90? Sí, sin duda. Pero no solo. No tengas miedo, que ni una onza de Black Metal moderno, por así decirlo. La primera canción, para mencionar que no sé el nombre de ninguna de las canciones, es un tratado sobre buen Black Metal melódico. Riffs enormes, una batería que coordina y manda, sin olvidar nunca los ritmos monstruosos (Marganor Bestial Invocator, el único miembro original de la banda… una bestia). También en esta canción vale la pena mencionar una deliciosa ruptura que ocurre aproximadamente a la mitad: aparentemente tan simple, pero la dimensión que le da a la música es tremenda. De Ereshkigal tenemos derecho a 3 canciones, 3 futuros clásicos del Black Metal y suficiente melodía para que el equilibrio sea el deseado (por mí, al menos).

Vayamos de la Ciudad de México, y el bullicio de una de las metrópolis más grandes del Mundo, a la tranquila Ourense. Pasemos de un Black Metal más áspero, a un Black Metal más cercano a las raíces ancestrales de un pueblo, un aroma de Folk flota en la música concebida por el colectivo gallego. Al igual que los mexicanos, Xerión también sufre de este "mal", por el hecho de que el público, fundamentalmente los más jóvenes, tiende a estar más interesado en algo más reciente, tanto en el sonido como en la fecha de creación. Ignorando estas perlas brillantes. Xerión es uno de esos colectivos que siempre he considerado brillantes. Ya sea por la calidad real de la música que crean, o porque siento que son un poco míos, que soy de Bragança, Trás-os-Montes! El sonido de estos gallegos es similar, en cierta medida, a varios grupos que se inspiran en la ascendencia de su tierra natal. Es ese Folk con corazón y contenido, que recuerda a melodías medievales y arcaicas. Creo que la Intro es, hasta cierto punto, un buen ejemplo no del sonido que hace la banda, sino de la fuente de la que bebe y crea. La imagen constante del bosque gallego, tan tópico en el Black Metal, pero que aquí adquiere dimensiones casi esotéricas, tal es la conexión de este colectivo con la Naturaleza gallega. A partir de entonces se nos ofrece la creación de Xerión en su plenitud.

Una excelente colaboración entre estos dos colectivos, tan honestos en el arte que crean y tan injustamente ignorados.

Comentários

Mensagens populares deste blogue