And Pop
Goes Da Weasel
Resignei-me, e
“Encostei-me Pra trás...” no sofá. Fiz aquele exercício parvo de tentar acertar
no setlist, e em 24 temas acertei em 13 (sendo que não estive nem perto de
seleccionar 24), e que aquele arranque estava longe de ser sequer sonhado! Foi
estalo, foi estalo. Não vamos tema a tema, nem sequer “avaliar” a escolha da
banda em tocar A ou B; vamos, sim, desfrutar daquilo que se presenciou ou viu
na televisão, nesta nova forma de fazer a review a um espectáculo LOL ainda
assim... “Pedaço de Arte”? Boy, não sei se esta não me espantou mais que o raio
do Carocho, se posso ser sincero. Das malhas mais fortes da banda, e caiu que
nem ginjas. É engraçado ver, agora de uma forma mais expositiva, se calhar,
como o crescimento dos músicos foi claro ao longo de todos os anos em que
estiveram activos. Ainda outro dia pensava que um álbum como o “Dou-lhe com a
Alma”, e o famoso single, soavam tão... distantes em termos de som, de
criatividade. Atenção, continuo a olhar para este álbum com dos melhores da
banda, e é esse lado mais “inocente e pobre” que me atraem tanto.
Está o gig a rodar
naquela rede social, e bate o “Pedaço de Arte”... mas estava mesmo à espera
daquele refrão, o de 1997, caramba. Sim, quero ouvir aquilo que foi gravado
para o álbum, e o Virgul deu-me um estalo que me derrubou. Mas foi forte na
mesma, no doubt. Durante o gig, e em conversa, comentei que a partir de 2001 me
desliguei da banda e dos álbuns que sairam a partir desse ano. Não me
identifico com a sonoridade da banda nesses anos; há demasiada alegria, e eu
gosto dos DW quando soavam mais “podres” e próximos de uma sonoridade crua. O
“God Bless Johnny” será O Som dos DW, na minha opinião. Aquele EP é uma pérola
da cena musical nacional desde o dia em que saiu, porra! Mas de volta ao dia 9
de Julho. Foi tão fixe ver o Jay em palco de novo! Toda aquela cena muito
Suicidal e o raio! Oh Braindead, boy! O Quaresma mantém aquele groove muito
classy, muito sólido. o Guillaz sem tirar os óculos, man. Esperava um Carlão, e
não um Pacman, mas fez questão de sacar de dentro dele o “puto de Cacilhas”, e
pôs aquela merda a arder, e com um Virgul claramente emocionado a seu lado, deu
o que deu. Os “pratos” rodaram com estilo e bom gosto, através dos dedos do DJ
Glue. Overall foi muito bom vê-los de novo em palco, juntos. Já falei da
nostalgia? Fez recordar a última vez que os vi ao vivo, em casa, na S. João
Baptista. Aquela “Bomboca...” foi forte, foi.
E é aqui que se vê a singularidade dos DW. Não são Rock n’ Roll; não são Thrash nem são Crossover; não são Rap nem são Funk; não são Pop. Têm Public Enemy, Beastie Boys e RHCP como algumas das milhentas influências; podemos ouvir o herança da cena Hardcore da Margem Sul e algum Thrash até. Os DW são tudo menos lineares, e cada um dos seus álbuns mostra essa evolução, essa metamorfose, e quiça seja essa a razão pela qual me custa tanto absorver aqueles temas mais “alegres e festivos”. Tudo produto da imensa panóplia de cores e sons que compõem o som da banda da Margem Sul.
O próprio Virgul larga o termo “nostalgia” durante o concerto, e arrisco dizer que é a palavra certa para descrever aquilo que ali se passou. Não só a mim, mas a muitos, a muitos daqueles que ali estavam. DW acaba por ser, de certa forma, aquele tesouro que a Margem Sul guarda com mais carinho. A banda mantém os elos, e o pessoal agradece que esses se mantenham vivos.
A Margem Sul é, de facto, muito mais que só espaços físicos... é alma.
Loja (Canção do
carocho)
A essência - Vem
sentir
Força (Uma página de
história)
Dúia
Interlúdio (DJ Glue)
Jay
Carrosel (Às vezes
dá-me para isto)
Dialectos de ternura
Bomboca (Morde a bala)
GTA
Casa (Vem fazer de
conta)
Niggaz
O puro
Outro nível
Pedaço de arte
Re-tratamento
Bora lá fazer a p***
da revolução
Todagente
Toque-toque
Adivinha quem voltou
God Bless Johnny
Tás na boa
A palavra
Mundos mudos
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