Entrevista incluída no Volume I da Fanzine "Utopia Platafórmica". Devagar, as entrevistas que compõem a Fanzine, estarão presentes neste Blog. Um oportunidade para aqueles que, não sendo fãs do modelo Fanzine Física, acederem aos trabalhos que vou fazendo...
Oriundo do Chile. Funeral Fullmoon é a extensão musical das visões e crenças de Magister Nihilifer Vendetta 218. Parte da "Pure Raw Underground Black Metal Plague Circle" (13th Temple, Gryftigæn, Mantiel, Old Castles, Pyreficativm (ex-Flammis Maledictis), Wampyric Rites e Winterstorm).
2019 foi o ano de criação desta entidade escura e densa, e a Demo, " De Occulta Symphonie", de 2019, o primeiro passo, a primeira intervenção deste multi-instrumentista na pele de Funeral Fullmoon.
2020 trouxe-nos mais dois trabalhos: "Under the Funeral Fullmoon" (Demo) e o Split "Spectral Shadows of the Forgotten Castle", com outra entidade que começa – não tinha já? – a ganhar estatuto, Wampyric Rites.
Em discurso directo, sem cortes e sem censura: Magister Nihilifer Vendetta 218.
Que papel desempenha o Black Metal na tua vivência diária? Como encaixa na tua perspectiva de ver o Mundo e a Vida em geral?
Olá. Magister Nihilifer Vendetta 218, obrigado pelo interesse na banda. Black Metal, para mim, é um modo de vida, pois desde cedo que procuro cultivar este estilo de vida. Claro que aos 16 anos de idade fazia uso daquilo a que tinha acesso, mas ao longo do tempo tem melhorado bastante. O Black Metal tem sido o principal canal para manifestar todo este processo cheio de dedicação e sinceridade, procurando sempre que tudo seja muito consistente com a minha realidade, já que o Black Metal desde o início foi uma visão de buscar consequências. Embora claramente todos saibamos que não foi perfeito no início, mas a manifestação sempre foi procurada, de forma agressiva e violenta.. No meu caso o patamar foi elevado, agora claramente alcançou-se uma maturidade sincera e consistente. Funeral Fullmoon é a minha experiência a solo nestes momentos da minha vida. Seja o meu desenvolvimento no Satanismo, experiências de todos os tipos de paixões humanas e simplesmente experiências contemplativas. entender minha inspiração. Para que o Black Metal tenha este espírito, é preciso cultivá-lo coerentemente com as suas vivências, seja qual for o caminho que percorreres, hoje isso perdeu-se, pois as bandas de hoje são quase todas uma manifestação de EGOS, algo sem conteúdo, tudo feito com o intuito de querer mostrar-se às massas e não como uma verdadeira manifestação própria, o que tira muito da seriedade. A ideia do Black Metal é que todo o seu ódio real permaneça, toda a sua vontade e sentimentos negativos. Esta existência estúpida à qual o Cosmos nos escravizou e da qual procuramos libertar-nos e retornar ao nosso caos Pan-dimensional.
As premissas pelas quais se "guiavam" aqueles que deram origem ao género – 1.ª ou 2.ª vaga, como preferires – ainda persistem hoje, naqueles que criam?
Na verdade eu aprecio ambas, mas a essência que reside, em Funeral Fullmoon, advém da 2.ª vaga essencialmente, já que o Black Metal deve manter a chama, que hoje se perdeu. Por essa razão as bandas de hoje em dia não têm peso. Têm, efectivamente, um som excelente, mas o Black Metal nunca teve intenções, nos seus primórdios, de soar bonito e perfeito. A ideia é manter esta tradição, acredito que ambas as manifestações são muito importantes, mas o Black Metal deve manter o espírito que se desenvolveu nos anos 90. É uma tradição, não uma moda passageira.
Que peso tem a vertente mística do Black Metal no momento de criação? Há essa conexão com a linha espiritual?
Sim, é claro que o Black Metal tem uma conexão espiritual É desta forma que se manifesta a minha sabedoria e as mensagens ocultas do mundo espiritual que tenho vindo a desenvolver com a prática do Left Hand Path. As minhas experiências mais agressivas com as esferas da Árvore da Morte e outras cerimónias associadas com o culto aos Onze Dragões do Caos, as torres e emissários que estão sob o comando dos governantes do mundo acausal, embora Funeral Fullmoon não seja apenas oculto, também fala sobre o submundo espiritual, sobre os mistérios do astral inferior e as experiências associadas com o meu ódio existencial, a miséria humana e visões sobre o ódio como uma manifestação divina que herdamos dos deuses do outro lado, como uma contemplação de uma noite de lua cheia.
Como vês o panorama Black Metal actual? És da opinião que o género não é, hoje, mais do que um género musical sem essência alguma ou, pelo contrário, vê-lo como uma realidade fiel a princípios?
A verdade é que acredito que em parte está muito longe do que era no início e, embora haja hoje muito mais conhecimento acerca do assunto, acho que este se deteriorou. Hoje vemos uma praga de gente muito falsa particiando nesta tradição, bandas que mentem e só parecem ser algo que não são – o que para mim é absurdo - aqui no Chile está cheio desse tipo de bandas, falsas e inconsistentes. Na verdade atrevo-me a dizer que eles estão mais preocupados em soar bem. E no fundo é isso que o mundo procura! Ao invés de canalizar uma mensagem pouco aceite pelas massas, hoje são poucas as bandas que mantêm essa essência inicial do Black Metal. Eu mantenho uma postura séria e firme relativamente ao Black Metal tradicional e não concordo que se funda com outros géneros como o Thrash, como essas bandas ditas "old school" falsas que afirmam tocar Black Metal, quando é apenas Thrash de olhos pintados, e além de acreditarem que são as mais reais, os mesmos são a escória de hoje em dia. Para mim essa parte da História deveria manter-se integra, não tão usada e abusada como vemos hoje, principalmente neste lixo de país que é o Chile, repleto de estúpidos que são devorados pelo próprio EGO, com vergonha de usar corpsepaint, o que para mim é uma falta de respeito para com o lado tão associado à Morte, no Black Metal! O Black Metal deve manter a atmosfera sinistra, sombria e fria, da sonoridade à interpretação visual agressiva, se não tiver essa conexão é uma porcaria total, assim de simples.
Que te motiva, hoje, a fazer Black Metal?
Motiva-me manter a tradição de acordo
com as linhas originais, sem querer agradar ao Mundo; manter o som sujo e cru;
continuar a moldar as Trevas neste Mundo e ser um caminho para a manifestação
do mal do outro lado! AD Mejorem Satanae Gloriam!
What role does Black Metal play in your daily experience? How does it fit with your perspective of seeing the World and Life in general?
Hello. Magister Nihilifer Vendetta 218, thanks for your interest in the band. Black Metal, for me, is a way of life, because from an early age I try to cultivate this lifestyle. Of course, at the age of 16, I used what I had access to, but over time it has improved a lot. Black Metal has been the main channel to manifest this whole process full of dedication and sincerity, always looking for everything to be very consistent with my reality, since Black Metal from the beginning was a vision of seeking consequences. Although we clearly all know that it was not perfect at the beginning, but the demonstration was always sought, in an aggressive and violent way. In my case, the level was high, now clearly a sincere and consistent maturity has been reached. Funeral Fullmoon is my solo experience at these times in my life. Be my development in Satanism, experiences of all kinds of human passions and simply contemplative experiences. understand my inspiration. For Black Metal to have this spirit, it is necessary to cultivate it coherently with their experiences, whichever way you go, today that has been lost, because today's bands are almost all a manifestation of EGOS, something without content , all done with the intention of wanting to show itself to the masses and not as a true manifestation of its own, which takes much of the seriousness. The idea of Black Metal is that all of your real hatred remains, all your will and negative feelings. This stupid existence to which the Cosmos has enslaved us and from which we seek to free ourselves and return to our Pan-dimensional chaos.
The premises by which those who gave rise to the genre were "guided" - 1st or 2nd wave, as you prefer - still persist today, in those who create?
In fact I appreciate both, but the essence that resides, in Funeral Fullmoon, comes from the 2nd wave essentially, since Black Metal must keep the flame, which today is lost. For this reason bands today are weightless. They have, indeed, an excellent sound, but Black Metal never intended, in its beginnings, to sound beautiful and perfect. The idea is to maintain this tradition, I believe that both manifestations are very important, but Black Metal must maintain the spirit that developed in the 90s. It is a tradition, not a fad.
What weight does the mystical aspect of Black Metal have at the time of creation? Is there a connection with the spiritual line?
Yes, it is clear that Black Metal has a spiritual connection This is how my wisdom and the hidden messages of the spiritual world that I have been developing with the practice of Left Hand Path are manifested. My most aggressive experiences with the spheres of the Tree of Death and other ceremonies associated with the cult of the Eleven Chaos Dragons, the towers and emissaries that are under the command of the governors of the acausal world, although Funeral Fullmoon is not only hidden, it also speaks about the spiritual underworld, about the mysteries of the lower astral and the experiences associated with my existential hatred, human misery and views about hatred as a divine manifestation that we inherited from the gods on the other side, as a contemplation of a full moon night.
How do you see the current Black Metal panorama? Are you of the opinion that the genre is, today, more than a musical genre without any essence or, on the contrary, see it as a reality true to principles?
The truth is that I believe that in part it is a long way from what it was at the beginning and, although there is much more knowledge on the subject today, I think it has deteriorated. Today we see a plague of very false people participating in this tradition, bands that lie and just seem to be something that they are not - which is absurd to me - here in Chile it is full of these types of bands, false and inconsistent. I actually dare to say that they are more concerned with sounding good. And in the end this is what the world is looking for! Instead of channeling a message little accepted by the masses, today there are few bands that maintain this initial essence of Black Metal. I maintain a serious and firm stance towards traditional Black Metal and I do not agree that it is founded with other genres such as Thrash, like those so-called "old school" fake bands that claim to play Black Metal, when it is just Thrash with painted eyes, and beyond to believe that they are the most real, they are the scum of today. For me, this part of history should remain integrated, not as used and absorbed as we see today, especially in this rubbish country that is Chile, full of stupid people who are devoured by the EGO itself, ashamed to use corpse-paint, the which for me is a lack of respect for the side so associated with Death, in Black Metal! Black Metal must maintain the sinister, dark and cold atmosphere, from sonority to aggressive visual interpretation, if it does not have that connection it is total crap, as simple as that.
What motivates you, today, to make Black Metal?
It motivates me to keep the tradition according to the original lines, without wanting to please the World; keep the sound dirty and raw; continue to mold the Darkness in this World and be a way for the manifestation of the evil of the other side of the! AD Mejorem Satanae Gloriam!
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