
Projectos descabidos, de uma mente (nada) desafogada de preocupações… A distância geográfica nunca foi razão para a não criação artística; o isolamento não evita que o artista, seja ele quem for, crie e evolua a sua capacidade criativa, evoluindo assim aqueles que o rodeiam. Por vezes o isolamento leva ao exacto oposto: um desenvolver de movimentos artísticos incomparáveis. Bragança, anos 90. Não há internet e o contacto / intercâmbio entre jovens com os mesmos gostos, mas em zonas geográficas distantes, é inexistente (posso assumir, certo?). Há rádio, há MTv aqui ou ali – mas raríssima – há o "Blitz", que muita informação levou a muitos jovens, e há as revistas alemãs e o camandro. Resumidamente: há quase nada. Não senti isso de um modo tão bruto durante os meus anos na Margem Sul porque, obviamente, estava "relativamente" perto da Capital. E digo "relativamente" porque Lisboa para nós, na altura era, quase uma outra zona do país! Bragança não viveu a...