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A mostrar mensagens de setembro, 2020
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A série de posts "Clássico moderno que não o é, mas que na minha óptica poderia ser mais tido em conta", apresenta... Owl's Blood — “Cold Night of Meditation” ( Altare Productions, 2014 ) O Black Metal é, desde sempre, um género que associo a algo mais que Música. Seja a faceta inerentemente associada a toda uma carga espiritual e emocional, seja o lado estético tão particular, o Black Metal carrega em si linhas caracterizadoras muito próprias, uma imagética que ainda hoje persiste. A carga espiritual nunca foi elemento que me conduzisse ao artista A ou B, sempre fui mais fascinado pela estética, que ainda hoje mantém a essência e, que ainda hoje, faz-me dar atenção a A ou B. Outro elemento que sempre assumi como parte deste género musical, é a Natureza e toda essa perspectiva de Música que me transportaria, emocionalmente, para cenários que me foram sempre muito queridos, como as paisagens de Trás-os-Montes, montanhosas, verdejantes, frias e sombrias. O caso que hoje vos
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Onirik – "The Fire Cult Beyond Eternity" (2020)   De 2002 a 2020, vão 18 anos. Uma carreira considerável, sem dúvida. De um "The Final War", a este "The Fire Cult…", vão bem mais de 18 anos, vai toda uma evolução imensa, um amadurecimento de musicalidade, de soturnidade, de grandiosidade; semelhante ao descobrir a capacidade de falar. Gonius Rex, o cérebro por detrás da entidade Onirik, insiste em palmilhar o caminho como bem lhe apraz, sem piedade ou noção de limites e regras instauradas. E é assim que vejo, essencialmente, a criação pelas mãos do artista: uma ilimitada esfera criativa. Mais do que não seguir limites, é o não seguir esses hipotéticos limites, que se desvanecem, se dissolvem diante de tal brilhantismo.  De melodias doces e quentes, a ritmos deveras diferentes e que não encaixariam nos moldes estabelecidos em idos anos 90… ou, quiçá, estejam estes mais do que adaptados a tal – ultrapassada – realidade. Não, de modo algum ignorar ou mini
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  Thragedium e o Fado da Nação Editado há 20 anos (ainda que o álbum esteja referenciado como sendo de 2001. Expliquem-se, sff), “Thragedium XXIII” veio trazer, para o panorama da música pesada em Portugal, um novo tom de negro. De certo modo, a banda está um pouco por todo o lado. O recurso aos usuais instrumentos, aliado a outros, tipicamente portugueses, traz para a música dos Thragedium um “adocicado sabor”. Aquela guitarra portuguesa… Que nós, portugueses, somos um povo intimamente triste e desiludido, não é de modo algum uma surpresa, mas posto em música torna-o ainda mais pesado. E é isso que a banda faz. Esta é a imagem de marca da banda: este Fado metalizado, que não é Fado, mas carrega, em si, o mesmo pesar e a mesma melancolia de um Fado. Deveras interessante. Esta sim, poderá ser a banda que replica, de um modo bastante honesto, o sentimento português. Bandas como Sangre Cavallum ou Galandum Galundaina conseguem, com a sua música, pintar um quadro musical das regiões às qua
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Sangre de Muérdago – "Xuntas" (2020) O dia 5 de Abril de 2013 marcou a estreia, em terras nacionais – Aveiro, para ser mais preciso - de um dos projectos mais intensos e emotivos que já tive a oportunidade de escutar. Tendo a Galiza – Ourense – como berço da criação, o Folk da banda transporta-nos facilmente para as paisagens verdejantes, e montes imensos, aos quais se adicionam as velhas crenças populares que tanto nos alimentam a alma, por mais descrentes que sejamos. Colocar em palavras o sentimento que me invade aquando de cada audição torna-se extremamente difícil. Seja pela proximidade geográfica com o Reino Maravilhoso, pelas crenças que ainda vivem em cada uma das terras, ou mesmo a relação quase umbilical que uniu ambos os territórios, até mesmo a pobreza e o distanciamento imposto por poderes políticos, a Galiza será sempre irmã de Trás-os-Montes, e a sua música uma das coisas que nos une. O Folk de Sangre de Muérdago não é alegre, como se quer, nem sequer convida a
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Dark Fears & Eerie Litanies Os Sons Perdidos Bragança, capital de distrito. Vive longe do Mundo, esta cidade com pouco mais de 35 mil habitantes. Apartada das grandes confusões, só quem lá foi criado consegue vislumbrar o lado positivo de tal seclusão. Nunca a solidão foi inimiga da criação, arrisco dizer, e Bragança não é diferente. De Música falamos. Música criada em isolamento?! Arte concebida em conformidade com as realidades desse momento. A região transmontana ficará para sempre conhecida como o Reino Maravilhoso de Torga. Com suas palavras, Miguel Torga levou a região, que fica para lá do Marão, muito mais longe. Baptizou-a, e que bem a baptizou! Maravilhas naturais, maravilhas gastronómicas, maravilhas de encantar e conquistar! E de Música?! De Música, senhores e senhoras, na verdade a lenda não reza muito, infelizmente. Grandes nomes ou nomes grandes?! Talvez grandes nomes. Galandum Galundaima serão, porventura, o nome maior da Música da região portuguesa mais a Noroeste
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  Mørketida / Grieve (Werewolf Records, 2020) Da Finlândia, só Amor e Black Metal excepcional. Por mais cliché que possa soar, raramente os finlandeses nos apresentam algo mediano, banal, copycat, etc. A tendência – salvé Satanás – é de quebrar barreiras, moldar o género, dar-lhes mais vida e energia. Ambas editaram este ano dois dos melhores EPs que tive a oportunidade de analisar. O de  Grieve ("Grieve")   é soberbo. 4 temas, mas uma incomensurável alma e espírito! Verdade seja dita, os Grieve poderão facilmente ser considerados um super grupo do Black Metal finlandês. Façam um favor, aqueles que ainda não mergulharam em "Grieve", e arrisquem, garanto que não vos ides arrepender. Sim, podeis levantar a questão política / ideológica, à qual nunca serei indiferente e com a, qual discordo veemente, e que me deixou de pé atrás no momento de analisar, mas a qualidade do material é tremendo, soberbo… como já referido: dos melhores trabalhos que tive a oportunidade de