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A mostrar mensagens de outubro, 2019
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A Viagem para lá do Som No dia 4 de Junho de 2002, os Tool estreavam-se em terras portuguesas. Tinha tomado contacto com eles muito pouco tempo antes, através do Freitas. “Schism”, foi através desta música que iniciei a minha viagem no Mundo deveras peculiar dos Tool. A princípio soaram-me a nada que alguma vez tivesse ouvido. Não eram mais pesados do que aquilo que eu consumia maioritariamente, mas eram donos – e ainda o são – de um som tão característico, tão próprio, que era difícil ficar indiferente a tamanha qualidade sonora. No dia 2 de Julho de 2019, os Tool regressaram para a sua 4.ª presença em palcos portugueses. “Orfã” de música nova desde que “10000 Days” foi editado, no ano de 2006, a banda não precisava sequer de ter material novo para apresentar, bastando simplesmente subir a palco. E assim foi o que estes quatro senhores fizeram, por volta das 21h, subiram a palco e, durante cerca de duas horas, maltrataram as nossas almas com toda a sua força e coração. U
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Sound Advice… simple as f#ck! 1997. João, voz e baixo, Hugo, guitarra, Paulo, bateria, Rui, guitarra. O ano é 1998. Assim nascem os Sound Advice. Estávamos em pleno Verão do ano de 1997. Eu tinha feito 15 anos há poucos dias e a Princesa Diana, no dia 31 desse mesmo mês, acabaria por morrer. Tudo eventos que marcaram a História, caramba! Nascido, e até então, criado numa cidade como Lisboa, muito de repente dou por mim a viver numa pequena aldeia a 6kms de Bragança, uma cidade que, à altura, me parecia imensamente pequena em dimensão e em mentalidade. Hoje em dia pouco lisboeta me considero, sendo que a veia transmontana já tomou controlo por completo da alma que habita nesta besta, pelo que a ideia e visão que tinha das coisas, e neste caso específico da cidade de Bragança, sofreram uma substancial mudança… e ainda bem. Mas, como acima referido, caído numa cidade pequena, desconhecida e o raio, foi um daqueles choques tremendos! Não é fácil, e não f
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Isto não é um conceito, é um enigma. 15 de Junho de 2019. 40 anos de genialidade, depressão, negritude. Há 40 anos, neste preciso dia, era editado o primeiro álbum de quatro rapazes da industrializada e cinzenta cidade de Manchester, em Inglaterra. Ian, Peter, Bernard e Stephen, mais conhecidos por Joy Division, editavam “Unknown Pleasures”, pela Factory Records de Tony Wilson e Alan Erasmus, dando assim início ao culto que ainda hoje vive, forte. Editado dois anos após o tremendo EP “An Ideal for Living”, “Unknown Pleasures” veio agitar a estrutura da cena musical de então. A significância de tal trabalho musical é imensa e ecoa para lá daqueles 38 minutos e 22 segundos de duração, muito para lá daquelas 10 músicas, muito mais além daqueles quatro rapazes, totalmente indiferentes ao impacto que a sua criação teria na sua e nas gerações vindouras. A sua relevância musical, essa, será eterna, a concepção musical é magistral, intocável, revolucionária. Consegue ser engraçado
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Algo nasce para dar mais força ao que por cá se faz… https://gofile.io/?c=oPhvDh
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Rei Marte – quando a realeza decidiu juntar-se a seus súbditos em amenas tertúlias musicadas Bragança foi em tempos um imenso caldeirão de Música e de músicos. Infelizmente, a mudança de século não trouxe só o Euro, mas também o decréscimo na actividade criativa na cidade. A travessia foi um tanto ou quanto longa, até aos dias de hoje, em que voltamos a ter, em número considerável, músicos e criações musicais. Bragança volta a ter Música! Natural da Trofa, o músico por trás de Raiva Rosa, SID ou Chevalier de Pas, “pariu” mais uma Besta: Rei Marte. Aterrou na “nossa” cidade e decidiu, aqui, neste pedaço de terra e calor (ou gelo), dar luz às suas criações, e ainda bem que o fez… E gosto. Admiro a simplicidade com que cria linhas melódicas e canções de embalar. As eternas comparações com o enorme Senhor que é Manel Cruz, coladas a todos aqueles que, um dia, decidiram expressar-se na língua de Fernando Pessoa (Camões, who?). Um pouco como a magia que os Ramones conseguira
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“Abbey Road”… Genialidade. Há 37 anos conheci uma rapariga que, entre muitos e muitos ensinamentos, me mostrou o que era Música. Aquelas melodias, saídas daquelas colunas, infiltraram-se de tal modo neste rapaz, que a fome cresceu até se tornar voraz. Muitas horas passadas a descobrir mais e mais, a absorver mais e mais, a aprender mais e mais. Nessas imensas horas conheci muito daquilo que ainda hoje tenho, como mais precioso, em termos de qualidade musical. Arrisco dizer que sem aqueles ensinamentos a minha persona musical, hoje, não seria a que é e, valendo o que vale, é a minha. De entre todos os artistas/bandas que descobri, alguns deles passaram a fazer quase real parte daquilo que eu hoje sou. Essa é uma das capacidades da Música: extrapolar o simples facto de ser Música! Não! É muito mais, muito e muito mais. É mensagem, é o embalo suave e eterno. Um desses marcos no meu crescimento musical faz este ano 50 anos. Uma daquelas bandas que descobri com essa rap
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O Visceral e o Artístico… Sobejamente conhecidos pelo álbum “Nevermind” de 1991, os Nirvana em tempos foram uma besta muito mais descontrolada e visceral. “Bleach”, que cumpre 30 anos, mostra a banda a fazer o som que permanecerá para sempre, para mim, como o som Nirvana. Cru e despido de subterfúgios. Despojada de qualquer enfeite de mercado. São Punk, são sujos, são assim… São os Nirvana que escaparam a muitos, a todos aqueles que se deixaram arrastar pela febre da MTV, cegos pelos singles que lhes eram lançados à cara sem contemplações. Com uma produção muito mais crua que o seu sucessor, e com o intuito de passar, para fita, a essência da banda, “Bleach” continua a ser o segredo mais bem guardado da discografia dos Nirvana. Dono de uma dinâmica que não seria novamente seguida pela banda, este conjunto de músicas fomentou a força que era a banda, e dava início à escalada que teria o fim que o Mundo bem conhece. “Bleach” soa-me sempre tão simples, tão mais puro que o “Ne
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Rock n’ Roll e Identidades Culturais Moribundas… Bragança perde-se no frio e na névoa que vivem para lá da Serra do Marão. Bragança é Casa, Bragança é Vida, Bragança é onde vive o Coração. Qual cliché, qual frase feita, Bragança é, efectivamente, onde vive o Coração, mas de onde o Racional escapa, por ser exactamente isso, Racional. É pena, é triste, mas é a realidade, a única realidade que a mesma nos apresenta. Adoramos ser por ela recebidos. Sabemos que não nos falhará com o que quer que seja… mas não nos aconselha a ficar. “Será difícil, acredita”, como que nos sussurra de cada vez que se coloca a hipótese de, mais uma vez, fixar raízes. Bragança é pouso para todos aqueles que, saturados da imensidão de tudo aquilo que compõe a metrópole, dela fogem, em busca da salvação mental e, em muitos casos, da alma. Longe, bem longe do resto da civilização, vive uma terra que não precisa daqueles que para baixo da Serra do Marão vivem. Ela, pelos que fisicamente a compõem, c